O primeiro final de semana de semifinais do Campeonato Gaúcho deixou tudo em aberto para as partidas de volta. Representantes do interior na inglória missão de superar a dupla Gre-Nal, Caxias e Ypiranga mostraram, dentro de suas casas, que é possível, sim, encarar Internacional e Grêmio de igual para igual. Agora, resta saber se as duas equipes interioranas vão conseguir segurar a pressão dos dois principais clubes do Rio Grande do Sul nos jogos em Porto Alegre.

Atual vice-campeão do Estado, o Ypiranga de Erechim largou em vantagem no confronto com o Tricolor de Porto Alegre - justamente o seu algoz na decisão de 2022. Coube ao pelotense Erik marcar os dois gols de pênalti que sacramentaram a vitória de virada do Canarinho no estádio Colosso da Lagoa. Agora, os comandados do técnico Luizinho Vieira vão à capital gaúcha no próximo sábado em busca de, ao menos, um empate para fazer mais uma final. Do outro lado vai estar o melhor time da primeira fase, que conheceu em Erechim a sua primeira derrota na temporada.

No outro lado da chave, o Caxias não conseguiu consolidar uma vantagem sobre o Internacional. Porém, a atuação da equipe grená no empate por 1 a 1 no estádio Centenário, em Caxias do Sul, mostrou que a distância entre as duas equipes é tão pequena quanto a diferença entre ambos na primeira fase do campeonato - de apenas dois pontos em favor do Inter - sugere. Caberá ao técnico Thiago Carvalho montar uma estratégia que tire ainda mais proveito da instabilidade que os colorados estão demonstrando em 2023.

Ainda é cedo para afirmar que Ypiranga e Caxias vão conseguir repetir o feito do Novo Hamburgo em 2017, o último clube a superar a hegemonia dos dois gigantes da capital. Mais difícil é fazer uma final sem Grêmio e Internacional. Tão difícil que a última vez aconteceu em 1954, quando o já extinto Renner, de Porto Alegre, superou o Brasil. Ou ainda fazer uma final sem times da capital, algo que não ocorre desde o confronto entre Riograndense, de Rio Grande, e Grêmio Santanense, de Santana do Livramento, na decisão de 1939. Mas independentemente do que for acontecer no próximo final de semana, Ypiranga e Caxias dão mostras de que sim, o interior vive.